Tuesday, June 11, 2013

REGRAS BÁSICAS DE FORMATAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS

A formatação básica para elaborar um trabalho acadêmico deve ser baseada na NBR 14724, 2011

Papel: Branco, formato A4, impresso na cor preta. Permite-se utilizar outras cores apenas para ilustrações. Utilizar papel branco ou reciclável.

Margens: Esquerda e superior de 3cm e direita inferior de 2cm,

Espacejamento entre linhas: 1,5 cm em todo o trabalho, exceto para as citações com mais de três linhas, notas de rodapé, referências (com espaço 1,5 cm entre cada referência), legendas das ilustrações e das tabelas, ficha catalográfica, natureza do trabalho, objetivo, nome da instituição e área de formação, os quais devem ser redigidos em espaço simples.

Texto: Justificado em todo o trabalho (as referências e notas de rodapé podem estar alinhadas à esquerda). Recomenda-se o uso de itálico, ao utilizar termos de origem estrangeira no decorrer do texto.

Fonte: Letra arial, tamanho 12, exceto para citações com mais de 3 linhas, notas de rodapé, paginação e legendas de ilustrações e tabelas, recomenda-se tamanho 10.

Paginação: Todas as folhas, a partir da folha de rosto, devem ser contadas seqüencialmente, considerando somente o anverso (excetuando a capa). A numeração deve ser em algarismos arábicos, no canto superior direito da folha. Todas as folhas (a partir da folha de rosto) devem ser contadas, porém não numeradas. A numeração dever ser indicada a partir da INTRODUÇÃO. Para apêndice e anexo, as suas folhas ou páginas devem ser numeradas de maneira continua e sua paginação deve dar seguimento à do texto principal.


Será mera coincidência ou repetição da história?

Para retomar as postagens, lanço mão das leituras de Eça como reflexão da nossa realidade. Esse texto foi escrito em 1871, reportando a ralidade de Portugal na época. Será que a história está se repetindo aqui ou será mera coincidência? Vale a pena ler Eça...

Estamos perdidos há muito tempo...
O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada.
Os carácteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte: “o país está perdido!”
Algum opositor do actual governo?... Não!



Monday, February 23, 2009

Obras indicadas para o vestibular UFRN 2010

  • Conto: NEGRINHA - Monteiro Lobato
  • Crônica: COMÉDIAS PARA SE LER NA ESCOLA - Luís Fernando Veríssimo
  • Poesia: O HORTO - Auta de Souza (No final de março estará disponível na Editora da UFRN)
  • Romance: VIDAS SECAS - Graciliano Ramos
  • Teatro: ELES NÃO USAM BLACK-TIE - Gianfrancesco Guarnieri

Saturday, May 24, 2008

Perfil dos autores das obras para vestibular 2009 UFRN

1. COLEÇÃO PARA GOSTAR DE LER - vol. 7
Vários autores:
Carlos Eduardo Novaes nasceu na Tijuca, no Rio de Janeiro.Até os vinte e nove anos, não sabia ainda direito que rumo dar à sua vida: tentou as carreiras de ator, funcionário público, técnico da Petrobrás, dedetizador, fabricante de picolés e outros, mas nada dava certo.Até o dia em que ganhou uma máquina de escrever.No início, batia muito na máquina, de raiva mesmo.Mas com o tempo, os dois foram se tornando grandes amigos.Por volta dos anos 70, ganhou reconhecimento e faturou prêmios em decorrência de sua carreira de escritor. Nos dias de hoje, Carlos Eduardo Novaes é conhecido e respeitado por suas famosas crônicas. Carlos Eduardo Novaes nasceu na Tijuca, no Rio de Janeiro.Até os vinte e nove anos, não sabia ainda direito que rumo dar à sua vida: tentou as carreiras de ator, funcionário público, técnico da Petrobrás, dedetizador, fabricante de picolés e outros, mas nada dava certo.Até o dia em que ganhou uma máquina de escrever.No início, batia muito na máquina, de raiva mesmo.Mas com o tempo, os dois foram se tornando grandes amigos.Por volta dos anos 70, ganhou reconhecimento e faturou prêmios em decorrência de sua carreira de escritor. Nos dias de hoje, Carlos Eduardo Novaes é conhecido e respeitado por suas famosas crônicas.

José Carlos Oliveira, capixaba, foi a maior afirmação da crônica brasileira na década de 60. Trouxe para o gênero uma certa mistura de lirismo e sarcasmo, em um estilo de máxima agilidade, a serviço de uma sensibilidade especial para o ridículo e o patético do homem do nosso tempo. (in: http://www.releituras.com/jcoliveira_natal.asp)

Lourenço Carlos Diaféria nasceu no bairro do Brás, em São Paulo (SP), no ano de 1933. Contista, cronista e autor de histórias infantis, o jornalista iniciou sua carreira em 1956 na “Folha da Manhã”, hoje “Folha de S. Paulo”, como preparador de matérias. Em 1964 escreveu sua primeira crônica assinada. Ficou na “Folha” até 1977, ano em que foi preso e processado com base na Lei de Segurança Nacional pela autoria da crônica “Herói. Morto. Nós", considerada ofensiva às Forças Armadas. O processo durou cerca de três anos e terminou com a absolvição do cronista, que posteriormente voltou a atuar na “Folha de S. Paulo” . No ano de sua prisão, 1977, o conto “Como se fosse um boi” é premiado com o quarto lugar no VII Concurso Nacional de Contos do Paraná e incluído no livro Novos Contistas, editado pela Francisco Alves Editora. Colaborou também no “Jornal da Tarde”, “Diário Popular”, “Diário do Grande ABC”, e escreveu para as rádios "Excelsior", "Gazeta", "Record", "Bandeirantes" e para a "Rede Globo".
(in: http://www.releituras.com/ldiaferia_menu.asp)

Luis Fernando Verissimo nasceu em 26 de setembro 1936, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Filho do grande escritor Érico Veríssimo, iniciou seus estudos no Instituto Porto Alegre, tendo passado por escolas nos Estados Unidos quando morou lá, em virtude de seu pai ter ido lecionar em uma universidade da Califórnia, por dois anos. Voltou a morar nos EUA quando tinha 16 anos, tendo cursado a Roosevelt High School de Washington, onde também estudou música, sendo até hoje inseparável de seu saxofone.
É casado com Lúcia e tem três filhos.
Jornalista, iniciou sua carreira no jornal Zero Hora, em Porto Alegre, em fins de 1966, onde começou como copydesk mas trabalhou em diversas seções ("editor de frescuras", redator, editor nacional e internacional). Além disso, sobreviveu um tempo como tradutor, no Rio de Janeiro. A partir de 1969, passou a escrever matéria assinada, quando substituiu a coluna do Jockyman, na Zero Hora. Em 1970 mudou-se para o jornal Folha da Manhã, mas voltou ao antigo emprego em 1975, e passou a ser publicado no Rio de Janeiro também. O sucesso de sua coluna garantiu o lançamento, naquele ano, do livro "A Grande Mulher Nua", uma coletânea de seus textos.
Participou também da televisão, criando quadros para o programa "Planeta dos Homens", na Rede Globo e, mais recentemente, fornecendo material para a série "Comédias da Vida Privada", baseada em livro homônimo.
Escritor prolífero, são de sua autoria, dentre outros, O Popular, A Grande Mulher Nua, Amor Brasileiro, publicados pela José Olympio Editora; As Cobras e Outros Bichos, Pega pra Kapput!, Ed Mort em "Procurando o Silva", Ed Mort em "Disneyworld Blues", Ed Mort em "Com a Mão no Milhão", Ed Mort em "A Conexão Nazista", Ed Mort em "O Seqüestro do Zagueiro Central", Ed Mort e Outras Histórias, O Jardim do Diabo, Pai não Entende Nada, Peças Íntimas, O Santinho, Zoeira , Sexo na Cabeça, O Gigolô das Palavras, O Analista de Bagé, A Mão Do Freud, Orgias, As Aventuras da Família Brasil, O Analista de Bagé,O Analista de Bagé em Quadrinhos, Outras do Analista de Bagé, A Velhinha de Taubaté, A Mulher do Silva, O Marido do Doutor Pompeu, publicados pela L&PM Editores, e A Mesa Voadora, pela Editora Globo e Traçando Paris, pela Artes e Ofícios.
Além disso, tem textos de ficção e crônicas publicadas nas revistas Playboy, Cláudia, Domingo (do Jornal do Brasil), Veja, e nos jornais Zero Hora, Folha de São Paulo, Jornal do Brasil e, a partir de junho de 2.000, no jornal O Globo.
Na opinião de Jaguar "Verissimo é uma fábrica de fazer humor. Muito e bom. Meu consolo — comparando meu artesanato de chistes e cartuns com sua fábrica — era que, enquanto eu rodo pelaí com minha grande capacidade ociosa pelos bares da vida, na busca insaciável do prazer (B.I.P.), o campeão do humor trabalha como um mouro (se é que os mouros trabalham). Pensava que, com aquela vasta produção, ele só podia levantar os olhos da máquina de escrever para pingar colírio, como dizia o Stanislaw Ponte Preta. Boemia, papos furados pela noite a dentro, curtir restaurantes malocados, lazer em suma, nem pensar. De manhã à noite, sempre com a placa "Homens Trabalhando" pendurada no pescoço."
Extremamente tímido, foi homenageado por uma escola de samba de sua terra natal no carnaval de 2.000. (in: http://www.releituras.com/lfverissimo_bio.asp)

2. LIVRO DE POEMAS
Jorge Fernandes de Oliveira (1887-1953) nasceu em Natal-RN. É considerado um dos precursores da poesia moderna no Brasil. Jorge Fernandes com seu "LIVRO DE POEMAS", de versos modernos, editado em 1927.
“A poesia, no Rio Grande do Norte, apresenta dois momentos culturais da maior plenitude literária e (anti) literária: a publicação do Livro de poemas, de Jorge Fernandes, em 1927, e o lançamento local da poesia concreta, em 1966, com o seu posterior desdobramento no poema/processo. (...) no espaço literatizante inaugurado por Jorge Fernandes, levantar a problemática da vanguarda, ou seja, da poesia (abstração: sentimento) ao poema (concreção: fisicalidade).” Moacy Cirne
“O poema jorgiano contém, em seu bojo, a simbolização onomatopaica (vide Manhecença..., Briga do teju e a cobra, Viva o sol!...Tetéu, etc.), o recurso caligramatizante (Rede), o espaçamento verbal (Tetéu), a metacrítica ao parnasianismo. No meio de tanta versalhada, que então se publicava, o nome de Jorge Fernandes — cuja poesia, até 1959/1960, ainda seria bastante atual — é um monumento literário. Nas palavras de Mário de Andrade, seu Livro de poemas conserva uma memória guardada nos músculos, nos nervos, no estômago, nos olhos, das coisas que viveu”” Moacy Cirne em A POESIA E O POEMA DO RIO GRANDE DO NORTE. Natal: Fundação José Augusto, 1979. (in: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_grande_norte/jorge_fernandes.html)


3. CONTOS DE APRENDIZ
Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro - MG, em 31 de outubro de 1902. De uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por "insubordinação mental". De novo em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.Ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925. Fundou com outros escritores A Revista, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas. Ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945. Passou depois a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962. Desde 1954 colaborou como cronista no Correio da Manhã e, a partir do início de 1969, no Jornal do Brasil.O modernismo não chega a ser dominante nem mesmo nos primeiros livros de Drummond, Alguma poesia (1930) e Brejo das almas (1934), em que o poema-piada e a descontração sintática pareceriam revelar o contrário. A dominante é a individualidade do autor, poeta da ordem e da consolidação, ainda que sempre, e fecundamente, contraditórias. Torturado pelo passado, assombrado com o futuro, ele se detém num presente dilacerado por este e por aquele, testemunha lúcida de si mesmo e do transcurso dos homens, de um ponto de vista melancólico e cético. Mas, enquanto ironiza os costumes e a sociedade, asperamente satírico em seu amargor e desencanto, entrega-se com empenho e requinte construtivo à comunicação estética desse modo de ser e estar.Vem daí o rigor, que beira a obsessão. O poeta trabalha sobretudo com o tempo, em sua cintilação cotidiana e subjetiva, no que destila do corrosivo. Em Sentimento do mundo (1940), em José (1942) e sobretudo em A rosa do povo (1945), Drummond lançou-se ao encontro da história contemporânea e da experiência coletiva, participando, solidarizando-se social e politicamente, descobrindo na luta a explicitação de sua mais íntima apreensão para com a vida como um todo. A surpreendente sucessão de obras-primas, nesses livros, indica a plena maturidade do poeta, mantida sempre.Várias obras do poeta foram traduzidas para o espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, sueco, tcheco e outras línguas. Drummond foi seguramente, por muitas décadas, o poeta mais influente da literatura brasileira em seu tempo, tendo também publicado diversos livros em prosa.Em mão contrária traduziu os seguintes autores estrangeiros: Balzac (Les Paysans, 1845; Os camponeses), Choderlos de Laclos (Les Liaisons dangereuses, 1782; As relações perigosas), Marcel Proust (La Fugitive, 1925; A fugitiva), García Lorca (Doña Rosita, la soltera o el lenguaje de las flores, 1935; Dona Rosita, a solteira), François Mauriac (Thérèse Desqueyroux, 1927; Uma gota de veneno) e Molière (Les Fourberies de Scapin, 1677; Artimanhas de Scapino).Alvo de admiração irrestrita, tanto pela obra quanto pelo seu comportamento como escritor, Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro RJ, no dia 17 de agosto de 1987, poucos dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade.
(in: http://www.releituras.com/drummond_bio.asp)

4. VIDAS SECAS
Graciliano Ramos. Nasceu em 1892, em Quebrangulo, Alagoas. Casado duas vezes, teve sete filhos. Altura 1,75.Sapato n.º 41. Colarinho n.º 39.Prefere não andar. Não gosta de vizinhos.Detesta rádio, telefone e campainhas.Tinha horror às pessoas que falavam alto. Usava óculos. Era meio calvo. Não tinha preferência por nenhuma comida. Não gostava de frutas nem de doces. Era indiferente à música. Sua leitura predileta: a Bíblia. Escreveu "Caetés" com 34 anos de idade. Não deu preferência a nenhum dos seus livros publicados. Gostava de beber aguardente. Era ateu. Indiferente à Academia. Odiava a burguesia. Adorava crianças. Romancistas brasileiros que mais lhe agradavam: Manoel Antônio de Almeida, Machado de Assis, Jorge Amado, José Lins do Rego e Rachel de Queiroz. Gostava de palavrões: escritos e falados. Comunista convicto. Desejava a morte do capitalismo. Escreveu seus livros pela manhã. Fumava cigarros "Selma" (três maços por dia). Foi inspetor de ensino, trabalhou no "Correio do Manhã". Apesar de o acharem pessimista, discordava de tudo. Só tinha cinco ternos de roupa, estragados. Refez seus romances várias vezes. Esteve preso duas vezes. É-lhe indiferente estar preso ou solto. Escrevia à mão. Seus maiores amigos: Capitão Lobo, Cubano, José Lins do Rego e José Olympio.Tinha poucas dívidas. Quando prefeito de uma cidade do interior, soltava os presos para construírem estradas. Morreu em 1953.
(in: http://www.graciliano.com.br/entrada.html)
5. ELES NÃO USAM BLACK-TIE
Gianfrancesco Guarnieri. Se alguém perguntar a Guarnieri porque ele é tão calmo, vai ouvir a resposta: "É só aparência. Costumo fazer tempestade em copo d'água." A fala mansa e o jeito simpático escondem os tempos de turbulência, nos anos 60, quando enfrentava a ditadura militar com a palavra, única arma que tinha. Defendia com unhas e dentes o que considera mais sagrado: o teatro e a liberdade de expressão. Com apenas 23 anos, em 1956, escreveu seu primeiro texto, que foi também o mais premiado, Eles não usam black-tie, montado pelo Teatro de Arena, em 1958 (que, na época, tinha o pomposo nome de Primeiro Teatro Circular da América do Sul). "Depois do Arena e de Black-tie, os artistas adquiriram consciência de sua função na sociedade", disse Guarnieri a ISTOÉ. Duas décadas mais tarde, o texto foi adaptado para o cinema e recebeu, em 1981, cinco prêmios no Festival de Veneza, incluindo o Leão de Ouro de Especial do Júri.
Gianfrancesco Sigfrido Benedetto Martinenghi de Guarnieri (nascido em 8 de agosto de 1934) é italiano de Milão, filho do maestro e violoncelista Edoardo e de Elza, exímia tocadora de harpa. Para manter sua orquestra, Edoardo precisava do apoio do poder público italiano. "Mas ele era antifascista e, por isso, não conseguia emprego na Itália. A saída foi sair do país." Vieram para o Rio de Janeiro, onde Guarnieri viveu a infância. Era garoto e ficava impressionado com a mendiga Xica Maluca, alvo de chacotas da garotada no bairro do Cosme Velho. Um dia, tomou coragem e se aproximou da velha. "Percebi que era uma injustiça o que faziam com ela. Tinha voz doce e me olhava como se pedisse cumplicidade." Xica Maluca, provavelmente, foi a primeira personagem popular a despertar em Guarnieri o sentimento de indignação e injustiça.
Aos 18 anos, já morando em São Paulo (o pai foi diretor do Teatro Municipal da capital paulista), onde ainda vive, Guarnieri descobriu o teatro ao militar no movimento estudantil. Nessa época, seus companheiros de labuta eram o também dramaturgo Oduvaldo Vianna Filho e a atriz Beatriz Segall, entre outros. "Foi quando eu descobri a minha vocação."
No início da carreira, é bem verdade, Guarnieri aprendeu duras lições. Uma delas foi quando encenou a peça infantil O rapto das cebolinhas, de Maria Clara Machado, num ginásio. "Não dava para escurecer o palco, porque não havia como tapar o sol. O som vinha de um microfone furreca. Não tinha magia. Com cinco minutos de espetáculo, as crianças do jardim de infância invadiram o palco. "Silêncio! Ordem!", gritavam os atores, em vão. Foi quando um garotinho, "um toquinho de uns cinco anos", tirou um apito do bolso e pôr ordem no pedaço. Traumatizado, Guarnieri nunca mais escreveu uma peça infantil. "Tenho muito respeito pelas crianças e não gostaria mais de incomodá-las", diverte-se ele.Autor de clássicos da dramaturgia nacional como Arena conta Zumbi, Castro Alves pede passagem e Um grito parado no ar, Guarnieri é também diretor e ator. Com a participação em novelas de televisão como Meu pé de laranja lima, Mulheres de areia e O mapa da mina, ganhou maior popularidade. "O que me dá alegria é saber que fiz tudo o que pude e sempre da maneira que gosto", diz.
VOCÊ SABIA?Certa vez, ao brigar com uma namorada, cometeu uma maldade da qual se arrepende até hoje. Eles discutiam asperamente dentro do automóvel. "Ela não parava de falar e, ainda por cima, dizia coisas absurdas", conta Guarnieri. A certa altura, ele ordenou: "Não aguento mais. Desça imediatamente do carro. Suma daqui!" Era noite sem lua, em local mal iluminado. Pior ainda: Guarnieri tinha parado bem em frente ao cemitério sem se dar conta. "Só descobri depois. Pobre mulher. Se arrependimento matasse..."
EM CENA· Eles não usam black-tie (1956) teatro· Arena conta Zumbi (1964/1968) teatro· Mulheres de areia (1973) novela· Eles não usam black-tie (1986) cinema. (in: http://www.terra.com.br/istoe/biblioteca/brasileiro/artes_cenicas/cenicas9.htm)




O MODERNISMO NO BRASIL

1) PERIODIZAÇÃO
Existem duas classificações para o Modernismo, com marcos nas seguintes datas:
A) Marco inicial: Semana de Artes Moderans de São Paulo de 1922:
1922 a 1930 – primeira fase do Modernismo, chamada de “fase heróica”, período revolucionário e predomínio da poesia.
1930 a 1945 – segunda fase do Modernismo, chamada de “fase de consolidação”, predomínio da prosa de ficção. De 45 em diante é crítico e formalista (vai da forma perfeita à literatura "descolada").
B) 1922 (Semana de Artes Moderans de São Paulo) até hoje.
2) CAUSAS DO MODERNISMO
A) Fins do século XIX e início do século XX – formação de um espírito revolucionário, consciência nova da realidade nacional, inconformismo político, consolidação do industrialismo, surgimento das idéias de capitalismo.
B) 1914 – 1918 – I Grande Guerra Mundial (1914). Revolução Russa (1917). Fim de uma era, de um mundo, o mundo do século XIX- transformações profundas na realidade cultural, social, econômica e política.

SITUAÇÃO HISTÓRICA
1922 – Levante Militar (Levante dos 18 de Copacabana)
1924 – Revolta em São Paulo (Isidoro Dias Leite)
1925 – 1927 – Coluna Prestes (Luis Carlos Prestes)
1929 – Crack da Bolsa de Nova York (Crise do Café)
1930 – Revolução de Outubro (Revolução Tenentista )
1932 – Revolução Constitucionalista de 32 (São Paulo contra Getúlio Vargas)
1937 – Ditadura de Getúlio Vargas - censura brutal (Estado Novo
1945 – Fim da II Grande Guerra Mundial (Queda de Getúlio Vargas)

3) MARCOS DO MODERNISMO BRASILEIRO
1917 – Exposição de Pintura de Anita Malfatti
1922 - Semana de Artes Moderans de São Paulo.
Confronto de NOVOS X VELHOS
Novos = futuristas – Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Pecchia
Velhos = passadistas (Mistificação ou Paranóia, de Monteiro Lobato)
1916 – 1921 – Manifestações esparsas de preocupação com novas tendências artísticas (Ronald de Carvalho), Epigramas Irônicos e Sentimentais, escrito em 1921, vindo a público em 1922.- O escritor mais importante dessa época é Manuel Bandeira., que escreve poemas de tendência inovadora, exemplos “Os Sapos”, sátira à literatura parnasiana e “Poema da Terça-Feira Gorda”, escrito em versos livres.
Mário de Andrade – artigo de jornal “Paulicéia Desvairada’, e “Prefácio Interessantíssimo”, somente depois publicado (idéias modernistas, desvairismo)
Oswald de Andrade – artigo de jornal “Memórias Sentimentais de João Miramar”, escrito desde 1916, publicado em 1924.
Menotti del Picchia – artigo de jornal1922 – fevereiro – Semana da Arte Moderna em São Paulo, no Teatro Municipal.

PINTURA - Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Emiliano Di Cavalcanti
ESCULTURA – Victor Brecheret
MÚSICA – Heitor Vila Lobos, Guiomar de Novais
LITERATURA
  • 1922 - Mário de Andrade (22), Oswald de Andrade (22), Guilherme de Almeida (Vem do Parnasianismo), Ronald de Carvalho (Pós-Parnasiano), Manuel Bandeira (Pós-Simbolista), Ribeiro Couto, Menotti del Picchia, Raul Bopp, Graça Aranha (convidado para líder ostensivo, devido ao seu grande prestígio e reconhecido saber)
  • 1924 – episódio da Academia Brasileira de Letras (Graça Aranha)1930 – surgimento de uma nova geração de escritores, seguidores do Modernismo: predomina a prosa de ficção, substituindo a revolta pela construção:Murilo Leite, Carlos Drummond de Andrade, José Lins do Rego, Murilo Mendes, Vinicius de Morais, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz e outros. Na Lieratura Brasileira, firma-se o Romance de 30, surgimento do Romance Regionalista Social.
  • 1945 – Nova geração de escritores “Geração de 45” (racionalismo), exceção de João Cabral de Melo Neto. Estilo crítico e de apuramento formal.- O Movimento espalhou-se por todo o País, sobretudo Minas Gerais, Bahia e Pernambuco.

4) CARACTERÍSTICAS DO MOVIMENTO

  • Ideal de libertação estética (oposição violenta à Literatura do passado imediato – pós naturalismo, pós-parnasianismo e pós-simbolismo.
  • Ideal de experimentação constante (busca de novos rumos artísticos: nova linguagem, vocabulário, sintaxe, prosódia próximo do coloquial)Transformação na cultura:- novo mundo, novo homem- novas estruturas da sensibilidade- novos meios de comunicaçãoNas Artes:- ideal de libertação estética- rejeição das tendências do século XIX- experimentação constante, busca incessante de novos rumos- Expressionismo, Cubismo, Futurismo (Marinetti) - designava o Movimento, que passou a se chamar Modernismo a partir da Semana de 22, Dadaísmo, Surrealismo (os ismos de vanguarda que vivificam a Literatura no ocidente)
  • Temas: nova visão do mundo – temas do presente, cotidiano, tempo presente.
  • Liberdade total na forma. Libertação da sintaxe, da rima, sujeito perseguindo o objeto. Apresenta o substantivo nu (essência), com o objetivo de libertá-lo do acessório (adjetivo e advérbio).
  • Economia na linguagem – o autor procura a síntese.
  • O século XX descobriu a velocidade das coisas. A beleza está na velocidade. Na Literatura isto se resume na expressão: “A Literatura precisa informar o máximo no mínimo de palavras”

Tuesday, November 01, 2005

PRÉ-MODENISMO

Contextualização Histórica:
1. Europa vivia a primeira guerra Mundial
2. Brasil:
  1. Política do café-com-leite – SP (barões do Café) MG (grandes pecuaristas)
  2. Alternância do poder político
  3. Proletariado
  4. Negros marginalizados
  5. Imigrantes * Grandes latifundiários
  6. Nordestinos pobres "Senhores do gado e café"
  7. Região norte – Progresso e Riqueza * Ciclo da Borracha (Amazônia)
  8. Conflitos Sociais
  9. Revolução Federalista
  10. Revolta da Chibata (RJ)
  11. Revolta da Armada (RJ)
  12. Revolta contra a obrigatoriedade da vacina (Varíola)
  13. Canudos – BA – Antonio Conselheiro – Jagunço
  14. Cangaço – Nordeste – Lampião e seu bando – e Pe. Cícero

CARACTERÍSTICAS:

  1. Permanência de artista (poetas e escritores), realistas, naturalistas, parnasianos e simbolistas, ainda em pleno vigor.
  2. Um trabalho voltado para a análise do pais – "Retrato do Brasil".
  3. Interesse na análise da realidade brasileira da sua época
  4. Incorporação na literatura, das tensões sociais do período (virada do século)
  5. Regionalismo critico – diferente do regionalismo idealizador do romantismo;
  6. Tom de denuncia – "retrato do Brasil das contradições"
  7. Utilização de uma linguagem simples, próximo do coloquial;
  8. Literatura X Realidade histórico contemporâneo, como observa-se:
  9. Herança naturalista (teorias cientificas / Antropologia, Sociologia, etc.)
  10. Crise de identidade e aspectos deprimentes da vida expressos em toda sua obra
  11. Ceticismo amorosos
  12. Angustia existencial
  13. Vocabulário cientifico, /exótico, irônico
  14. Fixação pela morte (poesia gótica) e pela putrefação da carne devorada por vermes

Autores e Obras

Lima Barreto (1881-1922) SP
Romances: "Recordações do escrivão Ísaias Caminha","Triste fim de Policarpo Quaresma"

Contos: Numa e Ninfa", "Morte e Vida de M.J. Gonzaga de Sá", "Bruzundanga" , "Historia e Sonhos"

Euclides da Cunha (1866 –1909) Rio de Janeiro
Romance: "Os Sertões", "Peru Versus Bolívia", "Contrastes e Confrontos", "A margem da história",

Graça Aranha
Romance: "Canaã", "Malazarte"


Augusto dos Anjos (1884 – 1914) Paraíba"Eu" (poesia) – único obra publicada em vida 1912

SIMBOLISMO

Origem: França
Percussores: Mallarmé e Verlaine
Panorama Histórico

Europa
a. Final do século XIX e inicio do século XX - crises políticas, sociais e econômicas na Europa.
b. Aumento das rivalidades entre monarquistas e republicanos.
c. Desavenças entre a Áustria e Rússia.
d. Reivindicação das classes trabalhadoras por melhores salários e melhores condições de trabalho.
e. O progresso já não mais atende às necessidades das massas populares.

Brasil
a. O inicio do movimento simbolista é marcado por conflitos no sul do pais (1893-1895): A Revolução Federalista, a Revolta da Armada
Características
a. Poesia como mistério: idéias vagas e obscuras, ilogismo, hermetismo, imprecisão.
b. Poesia como evocação: distanciamento do real, culto do etéreo, espiritualismo, misticismo, ânsia de superação.
c. Poesia como fruto do conflito versus mundo:tédio, desilusão, pessimismo, melancolia, consciência da efemeridade da vida.
d. Poesia como fruto de inconsciente:evocação do mundo íntimo.
e. Poesia como símbolo:uso de alegorias, sinestesias, metáforas, comparações.
f. Poesia como música:assonâncias, harmonia entre as palavras, ritmo marcante.
g. Poesia como manifestação do belo:escolha cuidadosa de palavras que causem impressões sensíveis, neologismos, combinações novas entre vocábulos.


Principais Autores

Portugal
Eugênio de Castro e Almeida

Antônio Pereira Nobre

Camilo de Almeida Pessnha

Brasil
João da Cruz e Sousa - Missal e Broquéis.

Alphonsus de Guimarães - Septenário das Dores de Nossa Senhora e Câmara Ardente (1899); Dona Mística (1899); Kyriale (1902), seu primeiro livro, publicado tardiamente; Pauvre Lyre (1921); Pastoral dos Crentes do Amor e da Morte (1923), A Escada de Jacó (1938); Pulvis (1938).

Pedro Kilkerry – Nova Cruzada (publicado em revistas da época), Re-visão de Kilkerry (seleção de poemas organizada por Augusto de Campos).

Friday, August 26, 2005

RALISMO, SIMBOLISMO e PARNASIANISMO

REALISMO, NATURALISMO e PARNASIANISMO Sec, XIX
A literatura vai refletir, também, a nova maneira de conceber e expressar o mundo. Surge, então, um novo estilo de época denominado Realismo (mais centrado na pessoa como ser social) e o Naturalismo (mais centrado na pessoa como ser humano, biologicamente estabelecido). Antes de mais nada, é preciso ressaltar que o realismo existiu em arte toda vez que a expressão da realidade se processou de maneira documental, fotográfica, objetiva, enfim, sem a participação do subjetivismo do artista. Enquanto estilo de época, o termo Realismo/Naturalismo deve ser compreendido como um conjunto de tendências artísticas que predominaram durante a segunda metade do século XIX. Paralelo a essas tendências, surge também o Parnasianismo, que com sua estética poética, traduz do lema “arte pela arte” todas características das duas escolas anteriormente citadas, sua principal meta.
PONTOS BÁSICOS
Reação ao Romantismo
Geração Materialista
Positivismo (Augusto Comte)
Evolucionismo (Charles Darwin)
Determinismo (Hypolite Taine)

ESTÉTICA
. Técnica da observação
. Narrativa lenta (detalhes)
. Personagem esféricos (não lineares)
. Impassibilidade
. Objetivismo (uso da denotação)
. Preocupação formal (clareza, equilíbrio, correção gramatical)

TEMÁTICA
. Apresentação da verdade
. Vida objetiva e contemporânea
. Crítica social ao clero e a burguesia cristalizada no poder
OBRAS INTRODUTÓRIAS:
REALISMO: Memórias Póstumas de Brás Cubas(1881) de Machado de Assis
NATURALISMO: O Mulato (1881) de Aluísio de Azevedo
PARNASIANISMO: "Fanfarras" (1882), de Teófilo Dias
Realismo
Origem: França, com Madame Bovary, de Gustave Flaubert (1857)
Romance documental, fundamentado na observação e análise.
Acumula documentos, fotografa a realidade para dar impressão da vida real.
Arte desinteressada, impassibilidade.
Seleciona os tramas, tem aspirações estéticas, busca o belo.
Reproduz a realidade exterior, bem como a interior, por meio da análise psicológica.
Volta-se para a psicologia, para o indivíduo
Retrata a crítica às classe dominantes, a alta burguesia
É indireto na interpretação; o leitor tira suas próprias conclusões.
Grande preocupação com o estilo.

Naturalismo
Origem: França, com Thérèse Raquim, de Émile Zola (1880)
Romance experimental, fundamentado na experiência científica
Imagina experiências que remetem a conclusões, que seriam impossíveis apenas pela observação.
Arte engajada, de denúncia; preocupações políticas e sociais.
Detém-se nos aspectos mais torpes de degradantes.
Centra-se nos aspectos exteriores: atos, gestos, ambientes.
Prefere a biologia, a patologia, centra-se mais no social.
Retrata as camadas inferiores, o proletário e os marginais
É direto na interpretação: expõe conclusões, cabendo ao leitor aceitá-las ou discuti-las
O estilo é relegado a segundo plano; em primeiro, está a denúncia.
Autores e Obras:

Romance Realista

Machado de Assis

Poesia: Crisálidas (1864); Falenas (1870); Americanas (1875); Poesias completas (1901). Romance: Ressurreição (1872); A mão e a luva (1874); Helena (1876); Iaiá Garcia (1878); Memórias póstumas de Brás Cubas (1881); Quincas Borba (1891); Dom Casmurro (1899); Esaú e Jacó (1904); Memorial de Aires (1908). Contos: Contos fluminenses (1870); Histórias da meia-noite (1873); Papéis avulsos (1882); Histórias sem data (1884); Várias histórias (1896); Páginas recolhidas (1899); Relíquias de casa velha (1906). Teatro: Queda que as mulheres têm para os tolos (1861); Desencantos (1861); Hoje avental, amanhã luva(1861); O caminho da porta (1862); O protocolo.(1862); Quase ministro (1863); Os deuses de casaca (1865); Tu, só tu, puro amor (1881)


Raul Pompéia

Uma Tragédia no Amazonas (1880) - seu 1º romance
O Ateneu (1888)
As Jóias da Coroa (1888) - antimonarquista, é publicado sob a forma de folhetins na Gazeta de Notícias
Canções sem Metro (1900) - poesia
Romance Naturalista
Social
Aluísio de Azevedo

Uma Lágrima de Mulher (1879), O Mulato (1881), Memórias de um Condenado (1882), Mistério da Tijuca (1882), Casa de Pensão (1884), Filomena Borges (1884), O Coruja (1885), O Homem (1887), O Cortiço (1890), A Mortalha de Alzira (1894), Livro de uma Sogra (1895) - romances
Demônios (1893) e Pegadas (1897) - contos
A Flor de Lis (1882), Casa de Orates (1882), Fritzmac (1889), Os Doidos (1879), O Esqueleto (1890), A República (1890), Um Caso de Adultério (1891), Em Flagrante (1891), Venenos que Curam (1886), O Caboclo (1886) - teatro
O Touro Negro (1898) - crônica


Urbano
Adolfo Caminha

Normalista (1892), Bom Crioulo (1895), A Tentação (1896) - romances
Judith (1893), Lágrimas de um Crente (1893) - contos
Vôos Incertos (1855-6) - poesia
Cartas Literárias (1895) - crítica
No País dos Ianques (1894) - crônica


Júlio Ribeiro


Regionalismo
Domingos Olímpio
Inglês ge Souza
Manuel de Oliveira Paiva
» "art nouveau" (naturalismo estilizado)
Afrânio Peixoto
Coelho Neto
Xavier Marques


Parnasianismo
Alberto de Oliveira

Olavo Bilac

Obs. Texto ainda em construção.

Wednesday, July 27, 2005

TIPOS DE LEITURA

TIPOS DE LEITURA
Prof. Hugo Oliveira


Leitura para Entretenimento (Understanding)
Ficção, poesia, quadrinhos ...
Apresenta surpresas
Força a reavaliação de todos os fatos
Busca insights

Leitura para Informação (acadêmica)
Não apresenta surpresas
Apresenta novos fatos

Níveis de Leitura
• Leitura Elementar - Compreensão básica de vocabulário e frases
• Leitura por Inspeção=Leitura rápida
• Leitura Analítica (apropriada ao texto acadêmico) = Leitura completa
• Leitura Comparativa (apropriada ao texto acadêmico) = Leitura de várias obras relacionadas

Leitura por Inspeção
Folheamento sistemático (momento para buscar material para o fichamento) = Leitura superficial
• Problema: Você desconfia que um livro pode ser bom e conter insights mas tem pouco tempo pouco tempo para análise.
•Objetivos: Descobrir se um livro merece leitura mais profunda, ajuda a perceber a estrutura do livro.
1. Leia a página de título e o prefácio
• Examine os sub-títulos ou outras indicações do escopo ou objetivos do livro
Descubra a visão especial que o autor traz ao assunto
2. Estude o índice analítico (Table of Contents)
• Obtenha uma idéia da estrutura do livro
3. Verifique o índice remissivo (no fim)
– Vê os itens que mais aparecem e leia alguns dos trechos citados
4. Leia a propaganda
– A maioria dos autores não resiste à tentação de sumariar o livro na contra capa;
5. Examine os capítulos principais. Preste mais atenção ao início e ao fim dos capítulos: eles, freqüentemente, contêm sumários da argumentação.
6. Folheie o livro página a página, lendo os parágrafos, aleatoriamente, a procura de qualquer coisa em destaque: o escritor pode quer ajudá-lo!
– Leia as últimas páginas do livro

Leitura Superficial
• Quantas vezes você desistiu de ler um livro porque era muito difícil?
• Como fazer?
Ao ler um livro difícil pela primeira vez, leia até o fim sem parar para pensar sobre coisas que você não entende de primeira.
• Por que isso funciona?
– Você tem muito mais chances de entender na segunda leitura do que tentando entender tudo desde o início.
• A leitura superficial é a essência da leitura por inspeção:
– Corra a vista na primeira leitura de um livro difícil!
– Você estará pronto para ler bem na 2a vez!
– Vá para a leitura analítica:

A Leitura Analítica (esta deve ser adequada ao texto a ser lido)
• Você deve saber que tipo de livro você está lendo e deve sabê-lo antes de começar a ler
– Livro prático, teórico, científico, história, sociologia, filosofia, etc.
– Não é tão óbvio às vezes:
• A Arte da Guerra é um livro de História? De Sociologia? De ficção?
– O motivo é que a abordagem da leitura depende do tipo de livro

A Leitura Comparativa
• Após a leitura por Inspeção, você escolhe as obras (ou assuntos) que interessam na comparação, e então:
1. Localize os trechos relevantes
2. Construa um vocabulário comum
3. Defina as perguntas adequadamente
4. Identifique os respostas diferentes
5. Análise a discussão (o porquê das respostas e as ligações entre elas), e antão...

Devo Escrever no Livro?
Se sim... (quando o livro for seu)
• Sublinhar, circular, marcar, usar linhas verticais nas margens, numeração de argumentos (tudo isso é válido)
– Para qualquer coisa importante
– Fazer Referências a outras páginas
Usar asterisco ou outra marca especial
– Para as coisas fundamentais do livro:
• Escrever na margem e/ou na capa interna

Tuesday, May 10, 2005

CARACTERÍSTICAS DO ROMANTISMO

Grande é o número de características que marcaram o movimento romântico, características essas que, centradas sempre na valorização do eu e da liberdade, vão-se entrelaçando, umas atadas às outras, umas desencadeando outras e formando um amplo painel de traços reveladores.
1. Contraste entre os ideais divulgados e a limitação imposta pela realidade vivida. O universo conhecido se alarga, o Século das Luzes deixa um rastro de anseios libertários, desloca-se o centro do poder; a dependência social e econômica, a inconsciência, o desconhecimento estabelecem para a imensa maioria, no entanto, uma existência marcada por limitações de toda ordem.
2. Imaginação criadora.
Num movimento de escapismo, o artista romântico evade-se para os universos criados em sua imaginação, ambientados no passado ou no futuro idealizados, em terras distantes envoltas na magia e no exotismo, nos ideais libertários alimentados nas figuras dos heróis. A fantasia leva os românticos a criar tanto mundos de beleza que fascinam a sensibilidade, como universos em que a extrema emoção se realiza no belo associado ao terrificante (vejam-se as figuras do Drácula, do Frankstein, do Corcunda de Notre Dame e a ambiência que os rodeia).
3. Subjetivismo. É o mundo pessoal, interior, os sentimentos do autor que se fazem o espaço central da criação. Com plena liberdade de criar, o artista romântico não se acanha em expor suas emoções pessoais, em fazer delas a temática sempre retomada em sua obra.
4. Evasão. O escapismo romântico manifesta-se tanto nos processos de idealização da realidade circundante como na fuga para mundos imaginários. Quando acompanhado de desesperança, sucumbe ao chamado da morte, companheira desejada por muitos e tema recorrente em grande número de poetas.
5. Senso de mistério. A valorização do mistério, do mágico, do maravilhoso acompanha a criação romântica. É também esse senso de mistério que leva grande número de autores românticos a buscar o sobrenatural e o terror.
6. Consciência da solidão. Conseqüência do exacerbado subjetivismo, que dá ao autor romântico um sentimento de inadequação e o leva a sentir-se deslocado no mundo real e, muitas vezes, a buscar refúgio no próprio eu.
7. Reformismo. Esta característica manifesta-se na participação de autores românticos em movimentos contestadores e libertários, com grande influência em sua produção, como foi a campanha abolicionista abraçada por Castro Alves e o movimento republicano assumido por Sílvio Romero.
8. Sonho. Revela-se na idealização do mundo, na busca por verdades diferentes daquelas conhecidas, na revelação de anseios.
9. Fé. É a fé que conduz o movimento: crença na própria verdade, crença na justiça procurada, crença nos sentimentos revelados, crença nos ideais perseguidos, crença que se revela ainda em diferentes manifestações de religiosidade cristã – fé. Não se pode esquecer a profunda influência do medievalismo na construção do mundo romântico, dele fazendo parte a religiosidade cristã.
10. Ilogismo. Manifestações emocionais que se opõem e contradizem.
11. Culto da natureza. A natureza adquire especial significado no mundo romântico. Testemunha e companheira das almas sensíveis, é, também, refúgio, proteção, mãe acolhedora. Costuma-se afirmar que, para os românticos, a natureza foi também personagem, com papel ativo na trama.
12. Retorno ao passado. Tal retorno deu origem a diversas manifestações: saudosismo voltado para a infância, o passado individual; medievalismo e indianismo, na busca pelas raízes históricas, as origens que dignificam a pátria.
13. Gosto do pitoresco, do exótico. Valorização de terras ainda não exploradas, do mundo oriental, de países distantes.
14. Exagero. Exagero nas emoções, nos sentimentos, nas figuras do herói e do vilão, na visão maniqueísta a dividir o bem e o mal, exagero que se manifesta nas características já listadas.
15. Liberdade criadora. Valorização do gênio criador e renovador do artista, colocado acima de qualquer regra.
16. Sentimentalismo. A poesia do eu, do amor, da paixão. O amor, mais que qualquer outro sentimento, é o estado de fruição estética que se manifesta em extremos de exaltação ou de cinismo e libertinagem, mas sempre o amor.
17. Ânsia de glória. O artista quer ver-se reconhecido e admirado.
18. Importância da paisagem. A paisagem é tecida de acordo com as emoções dos personagens e a temática das obras literárias.
19. Gosto pelas ruínas. A natureza sobrepõe-se à obra construída.
20. Gosto pelo noturno. Em harmonia com a atmosfera de mistério, tão próxima do gosto de todos os românticos.
21. Idealização da mulher
. Anjo ou prostituta, a figura da mulher é sempre idealizada.
22. Função sacralizadora da arte. O poeta sente-se como guia da humanidade e vê na arte uma função redentora.
Acrescentem-se a essas características os novos elementos estilísticos introduzidos na arte literária: a valorização do romance em suas muitas variantes; a liberdade no uso do ritmo e da métrica; a confusão dos gêneros, dando lugar à criação de novas formas poéticas; a renovação do teatro.

Fonte: http://www.cce.ufsc.br/~nupill/ensino/caract_romant.htm em 10.05.2005

Monday, May 09, 2005

Leiam Eça!

Vale a pena a leitura...

Estamos perdidos há muito tempo...
O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada.
Os caracteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram. A
classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua ação fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte, o país está perdido!
Algum opositor do atual governo?
Não!

P. S. Eça de Queirós (escritor português) escreveu este texto em 1871.

Saturday, April 23, 2005

ROMANTISMO


O Romantismo se inicia no Brasil em 1836, quando Gonçalves de Magalhães publica na França a “Niterói” - Revista Brasiliense e, no mesmo ano, lança um livro de poesias românticas intitulado Suspiros poéticos e saudades.O Romantismo no Brasil coincide com os movimentos políticos de independência. A imagem do português conquistador deveria ser varrida; há necessidade de auto-afirmação da Pátria que se formava. De fato, a literatura dos princípios do século XIX reflete um profundo sentimento nacionalista.
A literatura romântica expressa uma ligação com o movimento libertador de 1822, um desejo de construir uma pátria nova, de criar uma literatura nacional. Segundo Karl Menheim, o “Romantismo expressa os sentimentos dos descontentes com as novas estruturas: a nobreza decadente e a pequena burguesia em ascensão”. Daí as atitudes saudosistas ou reivindicatórias que caracterizam o Romantismo.
A POESIA ROMÂNTICA BRASILEIRA PODE SER DIVIDIDA EM TRÊS GERAÇÕES:
1ª geração
(nacionalista ou indianista) - marcada pela busca de uma identidade nacional, pela exaltação da natureza. Volta ao passado histórico, medievalismo e criação do herói nacional. Entre os principais autores podem ser destacados Gonçalves Dias, Gonçalves de Magalhães e Araújo Porto Alegre.
2ª geração
(do "mal século") - influenciada pela poesia de Lord Byron e Musset, impregnada de egocentrismo, negativismo boêmio, pessimismo, dúvida, desilusão adolescente e tédio constante. Seu tema preferido é a fuga da realidade. A poesia é intimista e egocêntrica. Os poetas dessa geração foram Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela.
3ª geração
(condoreira) - caracterizada pela poesia social e libertária. Sofreu forte influência de Victor Hugo e sua poesia político-social. O termo condoreirismo é conseqüência do símbolo de liberdade adotado pelos jovens românticos: o condor. Seu principal representante foi Castro Alves, seguido por Tobias Barreto e Sousândrade
Principais Representantes:
Casimiro de Abreu
Castro Alves
Fagundes Varela
Visconde de Taunay
Joaquim Manuel de Macedo
Junqueira Freire
Martins Pena

Romantismo (prosa)
Cronologicamente, o 1º romance brasileiro foi "O filho do pescador" (1843), de autoria de Teixeira e Sousa, porém sua trama confusa não define as linhas que o romance romântico seguiria no Brasil. Por isso, convencionou-se adotar o romance "A Moreninha" (1844), de Joaquim Manuel de Macedo, como 1º romance brasileiro. Como autores importantes ainda podem ser citados Manuel Antônio de Almeida, José de Alencar , Visconde de Taunay e Bernardo Guimarães.
Teatro Romântico
É no Romantismo que se define o teatro nacional em virtude da vinda da família real para o Brasil (1808). Gonçalves de Magalhães, com Antônio José ou o poeta e a inquisição (1838), seu iniciador; e Martins Pena, com suas comédias de costumes, ao lado do importante papel desempenhado pelo ator João Caetano, foram responsáveis por sua consolidação.

Friday, April 22, 2005

BARROCO


CONTEXTO HISTÓRICO
No Barroco brasileiro, o centro econômico, político e social foi a Bahia. Expande-se a exploração do açúcar, que passa a ser a base de sustentação da colônia. Consolida-se o poder colonizador, que prospera cada vez mais e que será preciso defender da infiltração européia (holandeses, franceses). O colono familiariza-se com o lucro fácil, com a riqueza. Surgem as casas grandes e as senzalas, os primeiros escravos são importados da África e têm início as uniões entre índios, brancos e africanos, fazendo surgir uma nova sociedade.
Vive-se na opulência e no luxo. O jogo de palavras é cultivado como elemento da concepção literária. O rebuscamento já se faz presente. Esta vida em pecado faz com que os colonos temam a Deus e seu dinheiro servirá também para a construção de capelas, igrejas, conventos e irmandades. Assim, na Bahia e em Pernambuco do século XVII, o Barroco do Açúcar, em que a literatura se destaca como principal atividade artística. Já em Minas Gerais e no século XVIII, desenvolveu-se o Barroco do Ouro, em que se realçam, quantitativa e qualitativamente, a arquitetura, as artes plásticas e a música.
Representantes da Literatura
Bento Teixeira
Gregório de Matos
A Pintura e a Arquitetura Barroca no Brasil:
Uma característica marcante da pintura barroca é o efeito de ilusão buscado pelos artistas. Eles pintam cenas de elementos arquitetônicos (colunas, escadas, balcões, degraus) que dão uma incrível ilusão de movimento e ampliação de espaço, chegando, em alguns casos, a dar a impressão de que a pintura é realidade e a parede, de fato, não existe. Um bom exemplo brasileiro desse ilusionismo é o teto pintado por Manuel da Costa Ataíde na Igreja São Francisco de Assis, em Ouro Preto.
Na arquitetura barroca, o emprego freqüente da coluna sinuosa é uma forma de romper com a rigidez das linhas retas da arquitetura renascentista, inspirada na antigüidade grega e romana. Colunas, altares e púlpitos eram recobertos com espirais, flores, monstros e anjos, num jogo de cores e formas.

ARCADISMO

O Arcadismo português teve início em 1756, com a fundação da Arcádia Lusitana, e durou 1825, data da publicação do poema Camões, de Almeida Garrett e, no Brasil, começou em 1768, com a publicação de Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa, até 1836, quando Gonçalves de Magalhães publicando Suspiros Poéticos e Saudades, inicia o Romantismo. O estilo Árcade reagirá contra os excessos do Barroco preconizando a restauração dos ideais clássicos, impregnando linguagem poética de simplicidade e racionalismo, a exemplo dos modelos greco-latinos. Neste contexto, o estilo também é conhecido pelo nome de Neoclassismo; quando reflete as inquietações que preparavam a eclosão do Romantismo, não será incorreto rotulá-lo Pré-Romântico. Uma importante transformação cultural ocorrerá em terras européias principalmente a partir da segunda metade do século XVIII. As idéias religiosas, retrógradas e medievais, reagirão os ideais Racionalistas e lluministas, que valorizarão o saber a razão e a inteligência. Este clima de renovação fortalecerá os ideais burgueses em detrimento dos aristocráticos, e prepararão a sociedade para o climax libertário que se espalharia em seguida (queda da Bastilha. Independência dos Estados Unidos). As cidades se desenvolvem e são detectados os primeiros indícios de êxodo rural. Jean Jacques Rousseau, filósofo fancês, em sua obra Emílio, dirá que o homem precisa crescer em contato com o campo, já que apenas nele poderá permanecer puro e natural. É a teoria do bom selvagem, que justificaria o "fugere urberm” preconizado nos poemas da escola. Esta onda de transformações chegará a Portugal, onde reina D.José, mas governa o Marquês de Pombal, que procurará modernizar a sociedade portuguesa, expulsando os jesuítas do sistema educacional português.Esta atitude, em 1756 passou para a história conhecida como Laicização Culturai, já que, em lugar dos jesuítas, leigos passaram a tomar conta do ensino. Foi quando as obras clássicas foram revalorizadas. Horácio, Teócrito, Virgílio entre outros gregos, foram interpretados, traduzidos e divulgados. Arcadismo vem de Arcádia - uma lendária região grega,dominada pelo deus Pan, habitada por pastores que cultivavam a música, a poesia e a natureza.
Características do estilo:
Simplicidade e equilíbrio
Os árcades propunham a restauração da simplicidade na linguagem propondo o abandono de antíteses, metáforas ousadas, paradoxos e ordem inversa, dando preferência pela ordem direta.
Bucolismo e pastoralismo
A adesão ao conceito aristotélico de que a arte concebida aos pastores são tomados como modelos e paisagens tipicamente campestres serão evocadas. A fidelidade a este preceito fez com que os poetas adotassem pseudônimos pastoris. Assim, Cláudio Manuel da Costa será Glauceste (Alceste) Satúrnio; Tomás Antônio Gonzaga será Dirceu; Basílio da Gama, Termindo Sepílio; o português Bocage, Elmano Sadino, etc.
Valorização do tempo presente
A concepção epicurista "Carpe diem", tão presente principalmente em Tomás Antônio Gonzaga, no Brasil, a exploração da paisagem nacional, distante do padrão europeu, notadamente em Cláudio Manuel da Costa e Basílio da Gama, impregnará o arcadismo de nativismo.
Incorporação da mitologia
Como conseqüência da retomada da tradição clássica, a poesia árcade faz freqüentes alusões aos deuses da mitologia e aos heróis da história grega.Em Basílio da Gama, o elemento mitológico será substituído pelo fetichismo indígena.
Principais Autores
Cláudio Manuel da Costa
Basílio da Gama
Frei José de Santa Rita Durão
Tomás Antônio Gonzaga